Superlotação no HMCA

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2016

 

O Hospital Municipal da Criança e do Adolescente (HMCA) é o equipamento referência para atendimento dos mais jovens em Guarulhos. Entretanto, o local não é tido como motivo de orgulho aos munícipes. Com 14 mortes em dois meses, 11 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em 2011, constantes faltas de medicamentos, instalações inadequadas para a atividade e superlotação constante, o HMCA deixa a desejar.

 

“Passei seis anos lá. Tem muita coisa errada”, afirmou Antonio Vilmar de Loiola, pai de Luiza Sabrina Loiola, que morreu em 13 de janeiro de 2012, após três anos de internação na UTI e três em quarto comum. Ele disse que o aparelho da traqueia, que ajudava a garota a respirar, foi trocado apenas um ano e três meses depois. “O certo seria a cada três meses. É triste ver a filha morrer e não poder fazer nada”, afirmou. Ele mantém ação judicial sobre o atendimento dispensado à menina.

 

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Lotado – Mães com crianças de colo buscam atendimento na porta do PS do Hospital Municipal da Criança

 

A pior crise do hospital ocorreu em junho de 2011, quando a UTI foi fechada pela Vigilância Sanitária Estadual. A suspeita era que infecções no espaço, que poderiam ter acontecido por problemas no ar-condicionado, tivessem contribuído para a morte de 14 crianças. Na época, a Prefeitura reformou a unidade. Carta enviada pela então diretora do HMCA, Heloísa Sampaio Ferreira de Castro, ao secretário municipal da Saúde, Carlos Derman, indicou preocupação em relação às causas de mortes de bebês. “Os três óbitos inconclusivos nos torturam até hoje. Sabemos que fizemos o melhor que podíamos nos três atendimentos, portanto, também não entendemos porque evoluíram negativamente, o que quebrou emocionalmente toda a equipe do HMCA”, escreveu.

 

Prefeitura silencia sobre problemas do hospital

 

Questionada, a Secretaria municipal de Saúde não se pronunciou sobre a superlotação do HMCA, o número de funcionários, as mortes na UTI e o atendimento à garota Luiza. Nos últimos dois anos, o atendimento médio do hospital subiu 68%. A Folha Metropolitana revelou neste mês que até a calçada serviu como sala de espera devido à superlotação.

 

O vereador Gilvan Passos (PSDB) coletou 7 mil assinaturas na porta do hospital para pedir ao prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT), para utilizar o antigo prédio da Câmara como extensão do HMCA. A resposta foi negativa. “O secretário de Saúde [Carlos Derman] me falou que quer mandar o hospital para o atual prédio do Fórum, quando for construído o novo Fórum. Até lá quantas pessoas podem morrer?”, indagou.

 

Fonte: Folha Metropolitana