Funcionários da UPA São João param

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Os funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) São João realizaram uma paralisação na manhã de ontem reivindicando maior segurança. Durante duas horas eles pararam os atendimentos sob a alegação de que vêm sofrendo agressões verbais e físicas de pacientes que reclamam de demora no local.

Segundo os profissionais, nos últimos seis meses foram registrados oito casos de agressão física contra médicos e enfermeiros da unidade. Uma paralisação já havia ocorrido no sábado e eles prometem parar novamente nesta semana por 24 horas, atendendo somente casos de urgência e emergência, caso nenhuma providência seja tomada por parte da prefeitura e da Fundação do ABC – gestora responsável pela unidade.

Um dos casos mais graves aconteceu na última quinta-feira quando uma paciente agrediu gravemente uma funcionária.

“Ela derrubou a enfermeira no chão e bateu violentamente a cabeça dela no chão, arrancando cabelos e deixando-a bem machucada”, afirmou um dos funcionários que preferiu não se identificar.

 

UPA-SAO-JOAO

A solução, apontada por eles em um abaixo-assinado que vem sendo elaborado, seria a instalação de uma base fixa de policiamento durante as 24 horas de atendimento no local.

“Estamos trabalhando em condições desumanas, sendo ameaçados a toda hora. Sabemos que existe problema e é um problema de segurança pública, porém não queremos ser mais um número na estatística, pois é comum atendermos pacientes armados, que mostram suas armas para nós”, diz.

Gestão – Mensalmente cerca de 14 mil pacientes são atendidos na unidade por quatro clínicos, três pediatras, dois ortopedistas, um dentista, 22 auxiliares de enfermagem e quatro enfermeiros durante o dia; e quatro clínicos, dois pediatras, um ortopedista, 22 auxiliares de enfermagem e três enfermeiros a noite.

Desde abril a gestão da UPA São João, juntamente com as policlínicas Maria Dirce e Paraíso, foi deixada pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

 

A Fundação do ABC, entretanto, assumiu o comando promovendo uma série de mudanças. Dentre elas a redução no quadro de funcionários dessas unidades que juntas perderam 114 profissionais com o fim do convênio.

 

Saúde descarta instalação de base da GCM

 

A Secretaria de Saúde descartou a instalação de uma base de policiamento na UPA São João. Segundo a pasta, já existe uma base da Guarda Civil Municipal localizada a um quarteirão da unidade, localizada na Praça Estrela.

De acordo com a secretaria, a agressão ocorrida na última quinta-feira não tem nada a ver com demora no atendimento. Segundo a pasta, nem fila de espera havia naquela noite e a enfermeira foi agredida sem motivo algum. Ao registrar Boletim de Ocorrência, a vítima foi informada que a agressora já tinha histórico de agressão e violência, com oito boletins de ocorrências anteriores registrados contra si. Desde então, dois guardas civis municipais foram deslocados para reforçar a segurança na UPA, além das rondas que já eram realizadas com frequência no local. A secretaria ressaltou, ainda, que foram quatro funcionários agredidos neste ano.

 

Fonte: Guarulhos Hoje