Voluntários emprestam a voz na Biblioteca

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Em uma pequena cabine nas instalações da Biblioteca Monteiro Lobato alguns voluntários se revezam para gravar livros que vão ser ouvidos por cegos e pessoas com baixa visão. Eles emprestam suas vozes e doam seu tempo para fazer com que a literatura seja acessível, dando vida ao Projeto Ledores Voluntários,desenvolvido pelo Espaço Braille Professora Alice Ribeiro, também sediado na Biblioteca.

 

Dona de uma voz suave, a bancária aposentada Maria Aldeni Barreda de Campos, 65, participa do projeto há mais de quatro anos. Revela, entre risos, que já chegou a se emocionar durante uma leitura na cabine e, inevitavelmente, foi aos prantos. “Não aguentei”, recorda, dizendo que quando lê se imagina no lugar de quem a escuta. “Fico muito grata em poder estar ajudando alguém”, complementa.

 

 

Apaixonada por romances policiais, a jornalista Hevlyn Celso, 41, além de títulos de ficção, já leu desde teses a livros de Física na cabine. A mais recente obra que estava gravando era “Na rua em que você mora”, de Mary Higgins Clark. “É um livro que eu gosto e decidi gravar. Só que não considerava a dificuldade dos nomes próprios que aparecem na obra. Uma coisa é ler para si, outra é narrar”, explica Hevlyn, ledora voluntária há quase seis anos.

 

Errar e regravar é uma constante, já que não é tão fácil assim ler um texto alheio, quem diga uma obra toda, sem deslizar em nenhuma palavra. A atividade requer concentração e paciência de ambos os lados: do técnico no estúdio e da pessoa que lê.

 

Ouça aqui um trecho do livro “O Diário de Anne Frank”, gravado pela ledora Maria Aldeni.

 

Acervo

 

Instalada em 2008, a cabine de gravação começou a funcionar no ano seguinte. Atualmente, o acervo é de 457 audiolivros e engloba os livros gravados na cabine e os que são doados pela Fundação Dorina Nowill. “Há outros 200 sendo processados por nossos bibliotecários. Depois disto, também serão colocados à disposição no acervo da Biblioteca Monteiro Lobato”, assegura Fabio Valentim, responsável pela tecnologia assistiva do Espaço Braille.

 

Conforme salienta Valentim, além dos livros, os ledores gravam material de necessidade imediata para os deficientes visuais, como apostilas, material para provas, entre outras coisas. O acervo também dispõe de mais de 500 livros em Braille.

 

Empreste sua voz também!

 

Para participar do Projeto Ledores Voluntários é preciso fazer um curso de capacitação na Central de Voluntariado de Guarulhos.Peraí que não é um bicho de sete cabeças: o curso é gratuito e dura apenas duas horas. Basta entrar em http://voluntariado.guarulhos.sp.gov.br, cadastrar-se e depois ir até a Central, na rua Francisco Antonio de Miranda, 58.

 

Depois deste curso, há outro treinamento (rápido também) na própria Biblioteca Monteiro Lobato. #borasersolidario!

 

Serviço

 

Projeto Ledores Voluntários e acervo de audiolivros

 

Biblioteca Monteiro Lobato, rua João Gonçalves, 439, Centro

 

Fonte: Prefeitura de Guarulhos