Mesmo na era dos brinquedos eletrônicos, onde os jogos digitais têm se consolidado como um grande atrativo para as crianças, a bolinha de gude resiste ao tempo nas mãos das gerações mais novas. Em Guarulhos, há 40 anos, o empresário Antônio Carlos Rielo, 70, se dedica a produção do brinquedo. A fábrica, localizada na região de Cumbica, chega a produzir diariamente 400 mil bolinhas.
“Temos capacidade para a produção de 1 milhão de bolinhas coloridas, leitosas e também os bolões. Em média consumimos três toneladas de vidro por dia”, afirma Rielo em meio a um grande estoque de sua matéria-prima principal: o vidro reciclado.
Após a lavagem, o vidro é separado por cor e os pedaços vão para um forno aquecido a 1.300°C. As gotas de vidro derretido caem em um cano que vibra e da forma esférica ao produto. Um funcionário confere se o diâmetro da bolinha está dentro do padrão de 18 milímetros e separa as que estão imperfeitas, que serão derretidas novamente. Antes de serem embaladas, as bolinhas resfriam naturalmente por 24 horas.
Antes de se tornar dono da Embalado, Rielo era vendedor de bolas de gude. “Depois de 20 anos consegui comprar a fábrica e os equipamentos. Agora estamos planejando a reconstrução do nosso forno principal”, destacou.
As bolinhas são comercializadas a R$ 0,02 e o empresário chega a faturar por mês R$ 90 mil. “O primeiro semestre do ano é o melhor período para as vendas. Já no segundo, a gente tem que correr atrás”, afirmou.
Mas não são somente as lojas de brinquedos que fazem o sucesso do mercado. Segundo Rielo, as lojas de decoração e as fábricas de tinta também são alternativas e grandes compradores. “A bolinha vai dentro das latas de spray que fazem aquele barulho característico quando sacudimos a lata. Além disso, há diversos artigos de decoração que utilizam as bolinhas”, afirma.
Fonte: Guarulhos Hoje