“Tarde, toda tarde vai fiando a costureira no silêncio a costurar. Noite no bordado, vem chegando em retalho e põe suas estrelas no lugar. Quanto mais a agulha vai brincando a costureira vai traçando amor no ar”. A canção do saudoso instrumentista Dominguinhos narra com precisão poética a importância do ofício de costureira, atividade oferecida no CEU Ponte Alta, por meio de curso de formação, em parceria com a Casa Clara Maria VI.
A reabertura oficial do espaço aconteceu na tarde da última quarta-feira (8), com a presença da representante da titular da Coordenadoria da Mulher, Verinha Souza, da coordenadora do CEU Ponte Alta, Tereza Miras, bem como das novas alunas do curso que, emocionadas, receberam as primeiras instruções para o início das aulas.
“Este CEU é muito grande. Temos uma área de 20 mil metros quadrados, um posto de atendimento CRAS, biblioteca e agora recebemos esse presente da parceria com a Casa Clara Maria VI. A nossa sala de costura que estava fechada agora pode ser reaberta e de forma voluntária, conseguimos a manutenção dos equipamentos e uma professora que acompanhará as turmas”, destaca Tereza.
Verinha Souza também parabenizou as alunas e ressaltou a importância das ações da Coordenadoria da Mulher na proteção, geração de oportunidades e diminuição de desigualdades para o público feminino da cidade. “A coordenadoria tem elaborado diversos programas de ações afirmativas no que dizem respeito à promoção da igualdade de gênero na cidade. Este curso é uma grande conquista para todos nós. Estamos ainda, em busca de novas parcerias para outros cursos e oficinas voltadas para a geração de renda. Essa é com certeza, uma prioridade da nossa equipe”, completou.
O fio da história
Relatos afirmam que as agulhas mais antigas, feitas de osso e marfim, foram fabricadas há mais de 30 mil anos, mas o ofício permaneceu como uma arte de especialista, passada de geração em geração para homens e mulheres, até a Revolução Industrial.
A coordenadora Tereza esclarece que essa trajetória da costura também se repete no bairro do Ponte Alta, onde muitas famílias tem a atividade como principal fonte de renda. “Em cada rua que você entra, cada esquina tem alguma plaquinha de costureiras no bairro, então muitas delas procuram o curso para aprender a utilizar os outros equipamentos, a aprender técnicas para o aprimoramento. Quando elas começam a frequentar o equipamento se sentem encorajadas a voltar a estudar e percebem que esse processo é rico e prazeroso. Muitas mulheres vêm de bairros próximos como Lavras, Soberana, Carmela e São João, trazem os filhos e acabam conquistando até novas amizades. É maravilhoso!”.
Entre agulhas e linhas mais oportunidades
“O meu sonho é fazer costuras finas e vestido de noiva”, declara entusiasmada a aluna Noemi dos Santos Faneca. “Faz uns meses que eu me aposentei e já estava entediada de tanto ficar em casa, por isso procurei o curso”. Ela que cursou datilografia quando jovem, busca no curso a oportunidade de aprender técnicas de modelagem e aprofundar seus conhecimentos na área. “Eu sempre gostei da ideia de costurar, sei fazer uns remendos, barras de calça, pregar botões, mas o meu desafio é colocar as ideias que tenho no papel, por isso estou muito ansiosa com as aulas modelagem. Aí, será o máximo!”
Serviço
O CEU Ponte Alta fica na Rua Pernambuco, nº 836, Jardim Ponte Alta. A primeira turma do curso acontece entre os meses de março e julho.