Desde 1996, o ensino da história e da cultura afro-brasileira são temas obrigatórios no currículo educacional do Brasil, tanto na rede pública quanto na rede privada. Para a aplicação da Lei 9.394/1996, a disponibilidade de material sobre o assunto é indispensável. No Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, a Educação destaca trabalho de professora da rede que desenvolveu aplicativo para ensino de idioma angolano.
Foi pensando em estratégias para esse estudo e observando o crescente uso das novas tecnologias pelos estudantes que a professora de Sociologia Odara Dèlé criou, juntamente com o docente de História da rede municipal, Edson Pereira, o aplicativo “Alfabantu”. O objetivo do app é ensinar a língua angolana kimbundu ao público infantil. “Durante estudos da cultura bantu e da língua kimbundu na USP (Universidade de São Paulo), eu e o Edson pensamos na possibilidade de juntar um elemento ancestral africano e o celular”, conta a educadora.
Inspirado no Asa, dispositivo criado por um nigeriano que ensina a língua iorubá e apresenta dados sobre a história e cultura da Nigéria e da África, o “Alfabantu” pode ser usado como material auxiliar aos professores no planejamento tanto das aulas sobre cultura afro-brasileira quando tecnologia. “É um aplicativo que tem como proposta de enfatizar as contribuições africanas ao falar brasileiro”, explica Odara Dèlé ao observar que a ferramenta é: “composta por um glossário, o alfabeto kimbundu, números, saudações, partes do corpo, nomes de animais e ainda um quiz pensado com a estratégia de memorização das palavras”, conclui.
A professora, que há cinco anos ministra aulas na EE Conselheiro Ruy Barbosa, tem como objetivo conquistar incentivos para expandir a ideia e levar o aplicativo lúdico e interativo a outras escolas paulistas. Lançado no final de 2017, o aplicativo está disponível para download na Play Store para celulares com sistema operacional Android.