Prestes a participarem do VII Encontro dos Povos Indígenas, promovido pelo Grupo de Trabalho Permanente pelas Populações Indígenas, a partir de hoje, os indígenas que residem em Guarulhos ainda continuam sem estimativa de conclusão da oca que começou a ser erguida na cidade. A obra está atrasada desde 2011 quando foi inaugurado no Centro de Educação Ambiental (CEA) do parque City Las Vegas, o Núcleo de Referência da População Indígena, que receberia o projeto.
Na ocasião os indígenas entregaram uma maquete denominada “Terra Sagrada” ao prefeito Sebastião Almeida e solicitaram a criação de um centro destinado à preservação da cultura. “Começamos a construir a oca porque queríamos um pedaço de chão para pisar. A obra está parada há muito tempo porque não recebemos a madeira necessária”, afirmou o representante indígena, Awa Tupi que ressaltou que o tempo estimado para a conclusão do espaço seria de um mês.
A oca respeitaria o tamanho e as demarcações indígenas, com cerca de 36 metros quadrados, onde serão realizados rituais, oficinas e apresentações de dança. A ideia é que o espaço fosse utilizado para a preservação das tradições e a integração das manifestações culturais indígenas. No entanto, o que se vê no local é um amontoado de madeira que estão se deteriorando com o tempo.
“Não temos o apoio da Secretaria de Meio Ambiente que nos informou no início do ano que onde a oca está sendo construída não seria um local adequado, porém não nos informaram onde seria o lugar ideal para construirmos. Infelizmente a secretaria não quer nos apoiar nessa questão”, destacou Awa.
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), aproximadamente 305 indígenas de várias etnias vivem em Guarulhos. Questionada a Secretaria de Meio Ambiente não respondeu até o fechamento desta edição.
Encontro – Por dois dias, a cidade terá contato com a cultura de vários povos originários, muitos dos quais escolheram Guarulhos para viver, através do VII Encontro dos Povos Indígenas. Desde o segundo encontro são convidados indígenas que vivem nas aldeias do Estado (litoral Sul, Norte e Interior), transformando o Bosque Maia num grande espaço de diversidade cultural, troca de conhecimentos e experiências, mostra e venda de artesanatos, de cantos e representações simbólicas de cada povo.
Para os indígenas, o momento é também significativo. Torna-se um espaço de trocas de experiências, conhecimentos, lugar de discussão dos problemas comuns e fortalecimento das suas práticas culturais, por meio da luta por direitos e resistência sociocultural.
Fonte: Guarulhos Hoje