Após 70 anos, a Base Aérea de São Paulo (Basp) tem um comandante “guarulhense de coração e de nascimento”. No dia 12 de dezembro de 2014, o tenente-coronel aviador, Reginaldo Pontirolli, assumiu a Basp.
Ele afirmou que a própria Base Aérea o fez seguir a carreira militar. Apesar da paixão pela cidade, é a primeira vez que ele trabalha em Guarulhos. “Fiz a academia da Força Aérea, em 1989. Fui seguindo outros passos, e acabei indo pra o Rio Grande do Sul, Belém do Pará, interior de São Paulo, Centro Oeste, e por fim, a carreira acabou me trazendo pra comandar a Base”, disse.
Realização Tenente-coronel aviador Pontirolli disse que atingiu o ápice da sua carreira militar (Foto: Alexandre de Paulo)
Em um bate-papo de quase uma hora com a Folha Metropolitana, ele falou da sua carreira, do sentimento de trabalhar em sua cidade natal e projetos para os próximos dois anos de comando.
Folha Metropolitana - Qual é o sentimento de comandar a Base Aérea, justamente na sua cidade natal?
Reginaldo Pontirolli – É um sentimento de realização profissional. Digo que com este comando chego ao ápice da carreira militar. E sentimento de alegria de voltar a minha terra e cumprir essa missão que a Força Aérea me deu.
FM – E a importância da Base para a sociedade?
RP – A Base Aérea desempenha papel importante na sociedade guarulhense e paulista. Além de beneficiar a economia local, tem uma área de preservação ambiental muito grande, bonita e elogiada. Uma fauna e flora exuberante. Por aqui passaram diversas autoridades nacionais e internacionais. Temos nosso estande, que apóia os órgãos de segurança. Isso tudo reverte em benefício para população. Apoiamos o município. Estamos sempre procurando participar das atividades da cidade.
FM – Muitas pessoas residem aqui dentro. Qual é o critério para que morem aqui?
RP – Temos mais de 200 famílias na nossa Vila Residencial, que gira em torno de mais de mil pessoas que residem nessa área. Nossa atividade militar requer uma constante disposição de transferência de um lugar para o outro. Eu mesmo morava no Rio Grande do Sul e fui pra para Amazônia. Então a gente tem que ter essa plena mobilidade. Essa finalidade da vila está em constante mudança. Todo final de ano tem caminhão saindo e entrando com mudanças. O critério é que seja militar da aeronáutica e esteja no serviço ativo.
FM – Como funciona a formação de soldados na Base?
RP – Fazemos a formação das diversas organizações militares de São Paulo. Ao longo desses 70 anos já formamos gerações e gerações. Mais de 20 mil soldados foram formados. Eles ficam aqui por um ano. Aqui é a hora que ele toma a responsabilidade tem que chegar no horário certo, que não estava acostumado. Aqui a gente ensina ele a ser um cidadão.
FM – E o que ela [Base] oferece aos jovens?
RP – A base é um mundo. Aqui encontramos todas as profissões. Temos uma gama grande de profissionais. O jovem chega aqui e se adequa onde mais lhe chama atenção. Até a parte de segurança, muito jovens saem e seguem a carreira militar. Nossa maior contribuição, a meu ver, é a formação do caráter do jovem que aqui entra. Caráter, disciplina, noções de cidadania, respeito que são armas poderosas para desenvolver as habilidades dele no dia a dia.
FM – E os projetos para os próximos anos?
RP – Nossa ideia, como comandante guarulhense, é estreitar os laços com a comunidade e as autoridades locais. É dar continuidade ao trabalho que já vem sendo muito bem feito pelos antecessores. Então a ideia é progredir nos trabalhos ao longo dos 70 anos em Guarulhos.
Fonte: Folha Metropolitana