Desde o início deste ano, o Zoológico de Guarulhos recebeu 16 aves feridas por linhas de pipa com cerol. Em julho, mês de férias, as ocorrências aumentam significativamente. Somente na última semana, uma coruja-orelhuda, um periquito-verde e um pica-pau-do-campo foram levados por munícipes ao parque, onde foram socorridos por biólogos e veterinários.
De acordo com a bióloga Camila Manzoni, das ocorrências relatadas acima, o caso mais grave foi o do pica-pau que sofreu amputação traumática do pé e, e após passar por cirurgia, permanece internado na clínica do zoo. “Devido à gravidade dos ferimentos conseguimos salvar e reabilitar uma pequena parte das aves que recebemos. Infelizmente, a grande maioria dos pássaros vem a óbito, apesar de todos os nossos esforços. É uma triste realidade”, relata Camila.
Conhecido também como cortante, o cerol é uma mistura de vidro moído com cola aplicada na linha de empinar pipa a fim de romper a linha de outras pipas que estejam no ar. Além de afetar os animais, a mistura pode provocar cortes profundos e até matar seres humanos, principalmente quando atinge a artéria carótida, na região do pescoço.
No estado de São Paulo, o uso do cerol é proibido pela Lei 7.189/86, cujo texto prevê inclusive a responsabilização dos respectivos responsáveis por menores que venham a se envolver em acidentes.