Após cinco meses e oito dias em funcionamento e mais de 600 vidas salvas depois de internadas em leitos de alta complexidade, o Centro de Combate ao Coronavírus de Guarulhos (3C-GRU) será desativado nesta sexta-feira (4). A partir desta data, a orientação da Secretaria da Saúde é para que as pessoas que tiverem sintomas leves de Covid-19 procurem uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Já os casos moderados e graves que apresentarem febre e falta de ar devem buscar assistência médica nos serviços de pronto-atendimento (UPAs e PAs) ou nos hospitais da cidade.
O fechamento acontece após várias semanas de queda na taxa de ocupação de leitos municipais de UTI e de enfermaria para o tratamento da Covid-19, lotação que chegou a atingir quase 100% no início de junho e que nesta semana está em torno de 40%.
Primeiro hospital de campanha aberto no Brasil, em 27 de março, após sete dias de construção, o Centro de Combate ao Coronavírus de Guarulhos começou a operar com a central de triagem e atendimento por drive-thru e para pedestres de segunda a domingo, das 7h às 19h. Referência para os casos moderados e graves de Covid-19, o complexo foi concebido para prestar assistência exclusiva aos pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus.
A partir de 7 de abril, o hospital de campanha abriu para internações, inicialmente com 70 leitos, sendo 14 de UTI e outros 56 para pacientes de alta complexidade, além de contar com aparelhos de tomografia, ultrassonografia, raio X e todo o aparato médico necessário para o tratamento da Covid-19. Em junho, quando Guarulhos atingiu números próximos a 100% de ocupação de UTIs para o tratamento da doença, em uma semana o 3C-GRU foi ampliado em mais dez leitos de alta complexidade, aumentando a capacidade para 24 UTIs.
Em cinco meses de funcionamento, dos cerca de 800 pacientes de alta complexidade que ficaram internados no 3C-GRU, mais de 600 se recuperaram e puderam voltar para casa, além de pouco mais de 120 transferências realizadas, o que representa uma taxa de recuperação de 87,5%. Nesse período, foram contabilizados mais de 39.700 atendimentos no local, incluindo internações, consultas médicas e encaminhamentos para isolamento domiciliar, bem como 89.560 exames (bioquímicos, ultrassom, tomografia computadorizada e raio X) e registrados 86 óbitos.