Alunos do CTMO promovem ação contra a violência doméstica

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Os alunos de serigrafia do Centro de Treinamento e Mão de Obra (CTMO) de Guarulhos aproveitaram os ensinamentos das aulas para aplicarem em prol do bem e da conscientização. Nesta quarta-feira (30), em parceria com os alunos do curso de marketing, eles promoveram uma ação para chamar a atenção dos estudantes dos demais cursos na luta contra a violência doméstica. Eles estamparam cerca de 250 blusas, trazidas pelos alunos, com a frase “Diga não à violência contra a mulher. Disque 180”.

 

 

“Vocês usarem o seu conhecimento para dar luz a uma luta tão importante na nossa sociedade mostra que, além de conhecimentos técnicos sobre a matéria que escolheram, estão juntos evoluindo em outras áreas da vida, como a empatia”, afirmou o secretário Toninho Magalhães, à frente do Trabalho, pasta da Prefeitura responsável pelos cursos.

 

Além das impressões, a atividade contou também com uma dinâmica realizada pelos psicólogos do CTMO e uma palestra ministrada pela presidente da Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude (Asbrad), Dalila Figueiredo, que apresentou aos alunos os serviços da instituição, colocou-se à disposição para acolher mulheres que precisam de auxílio e falou sobre a importância de combater a violência doméstica.

 

Relato comovente 

 

Uma aluna, que não será identificada, relatou a violência sofrida no seu antigo casamento. Ela conta que 2009, quando estava grávida de seu primeiro filho, foi o ano em que começaram as agressões, a partir do momento em que seu marido perdeu o emprego. O primeiro boletim de ocorrência relatando as agressões foi feito apenas em março de 2011 e, mesmo assim, após o fim do relacionamento, ela continuou sendo ameaçada por ele.

 

Houve diversas situações, como quando ele ameaçou colocar fogo nela e na criança ou quando a perseguiu. Ele até mesmo agrediu o seu atual marido e fez escândalo na porta do seu serviço, o que fez com que ela fosse demitida. “Foi uma situação muito traumática, mas eu consegui superar. Desde 2017 não tenho mais nenhum tipo de contato com ele”, comenta, aliviada.

 

Hoje ela é empreendedora, dona de uma confeitaria, e diz que esse empreendimento foi sua terapia. O processo de reestruturação da sua vida e também da autoestima foi difícil. “Eu tinha medo de deixar outra pessoa se aproximar. Não acreditava que ninguém pudesse realmente gostar de mim e o meu atual marido me ajudou bastante nisso, me trazendo confiança e segurança. Graças a Deus hoje eu tenho um empreendimento e minha família completa”, conta.

 

Violência contra a mulher em Guarulhos

 

A Prefeitura de Guarulhos divulgou em 15 de março o Mapa da Violência contra a Mulher, que apresentou 9.410 boletins de ocorrência registrados em 2021 nas delegacias do município. Em 2019 foram lavrados 7.684 boletins, o que significa que naquele ano houve 22,46% casos a menos em relação a 2021. Já em 2018 foram registrados 7.911 boletins.

 

O documento, que traz também informações sobre os bairros com maiores índices de violência contra as mulheres e outras informações, pode ser conferido no link https://bit.ly/MapaViolênciaMulher2021.