Duas empresas que atuaram em Guarulhos foram citadas na ‘Lista Suja’ alternativa do Ministério do Trabalho e Emprego. O documento foi divulgado na sexta-feira, 6, para a ONG Repórter Brasil, por intermédio de uma solicitação da Lei de Acesso à Informação.
Todas as empresas que aparecem na lista foram julgadas e as denúncias de trabalho escravo foram confirmadas pelos tribunais de Justiça.
Aeroporto – Trabalhadores ficavam amontoados em imóveis pequenos, mal ventilados e sem comida (Foto: Silvio Cesar / Arquivo FM)
Em Guarulhos, a primeira instituição a ser citada é a Mar-Quente Confecções Ltda, uma oficina de costura localizada no Jardim São João. A segunda empresa que atuou na cidade e figura como má empregadora é a Vixsteel Montagem Ltda, responsável por parte das obras do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, em Cumbica.
Para serem retiradas da lista suja do trabalho escravo as empresas precisam fazer correções no método de trabalho além do pagamento de multas e indenizações necessárias.
A divulgação do documento deveria ocorrer semestralmente, porém, este ano, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, concedeu liminar à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) por inconstitucionalidade e inviabilizou a divulgação das empresas relacionadas.
A Advocacia Geral da União e a Procuradoria Geral da República recorreram da decisão.
Folha revelou trabalho escravo em 2013
Em 12 de setembro de 2013, a Folha Metropolitana revelou com exclusividade que migrantes nordestinos eram trazidos para Guarulhos por aliciadores para trabalhar nas obras do Terminal 3 do Aeroporto.
Para evitar uma ação judicial do Ministério Público do Trabalho, a OAS fez um acordo em torno de R$ 15 milhões para compensar as irregularidades com 150 trabalhadores.
Nem OAS, nem GRU Airport foram citadas na lista pelo caso.
Fonte: Folha Metropolitana