A síndrome clínica viral mão-pé-boca, caracterizada pela formação de pequenas lesões dolorosas dentro da boca, na palma das mãos, nos dedos e solas dos pés, é causada pelo vírus de Coxsackie e tem maior incidência entre crianças menores de cinco anos.
O município de Guarulhos não registrou nenhum caso da doença em 2023. Entretanto, com o aumento de 149% no número de notificações no Estado de São Paulo em relação ao mesmo período do ano passado, a Prefeitura alerta para os sintomas da síndrome e seus métodos de prevenção.
A transmissão do vírus causador da doença ocorre principalmente por meio do contato com pessoas infectadas, suas fezes, saliva (após tossir ou espirrar) e outras secreções, como o muco nasal. Além disso, a transmissão pode ocorrer por meio do contato com objetos ou alimentos contaminados.
Segundo a enfermeira e chefe da Divisão de Epidemiologia e Controle de Doenças da Prefeitura, Patrícia Rosa da Silva, tocar pessoas infectadas ou fazer outro contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar objetos, também contribui para a disseminação da doença.
“É um vírus altamente transmissível, comum em crianças, mas que também pode causar a doença em adultos. É importante ficar atento aos sinais para frear uma possível circulação da síndrome aqui no município”, afirma Patrícia.
Vale ressaltar que, mesmo após a recuperação, a pessoa infectada pode continuar transmitindo o vírus pelas fezes por até quatro semanas e pela excreção respiratória por até três semanas.
Sintomas
Febre, dor de garganta e de cabeça, vômitos e diarreias devem ser monitorados, além dos sintomas mais característicos da síndrome, que são as lesões localizadas na boca, na língua, na parte interna das bochechas e nas gengivas, bem como erupções na pele ou bolhas de cor acinzentada com base avermelhada na palma das mãos, dedos e nas solas dos pés, podendo também atingir joelhos, cotovelos, nádegas, região genital e coxas.
Médica infectologista da Secretaria da Saúde, Daniella Teixeira Bezerra ressalta que nem sempre o vírus de Coxsackie provoca todos os sintomas da síndrome mão-pé-boca, que costumam aparecer entre o terceiro e o sétimo dia após a infecção.
“O tempo médio de duração da síndrome varia de sete a dez dias e, em geral, os sintomas costumam regredir juntamente com a febre, até serem autolimitados. No entanto, alguns casos podem necessitar de internação, principalmente quando associados a lesões extensas, que causam dor ao engolir e trazem risco de evolução para um quadro de desidratação”, completa a especialista.
Caso note a presença dos sintomas acima procure um dos serviços de pronto atendimento do município, cujos endereços podem ser encontrados em https://www.guarulhos.sp.gov.br/servicos-de-pronto-atendimento-e-upas, para avaliação médica.
Prevenção
Como não existe tratamento específico e nem vacinas para o vírus, as principais medidas de controle são o isolamento dos contaminados até não haver mais sintomas e a intensificação das medidas de higiene das mãos, tanto das crianças quanto dos seus cuidadores, principalmente ao manipular fezes e secreções. Além disso, higienizar o ambiente e os objetos compartilhados, como os brinquedos das creches, também são medidas essenciais para evitar a contaminação.
A enfermeira Patrícia Rosa da Silva recorda que a doença mão-pé-boca é sazonal, sendo o outono uma estação propícia para a circulação desse vírus. “Apesar de não termos nenhum caso registrado no município, é importante que crianças menores de cinco anos, se possível, evitem frequentar locais aglomerados nesses períodos propensos ao surto”.