Almeida diz ter feito “boa gestão”

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Próximo ao término de seu mandato, o prefeito Sebastião Almeida (PT), que governou a cidade durante oito anos, prepara-se para entregar o bastão a Guti (PSB), seu sucessor no comando do Paço Municipal. Nesta reta final, o chefe do executivo municipal concedeu à jornalistas para comentar sobre os pontos altos e baixos de sua gestão. No geral, Almeida avalia seu governo de forma positiva, mas diz que teve seus feitos pouco divulgados.

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Almeida considera que um dos principais benefícios que trouxe para a cidade nesses oito anos foi o plano de mobilidade urbana, que compreende a execução de corredores de ônibus, trevo de Bonsucesso, implantação do bilhete-único e 100% de acessibilidade na frota de coletivos. Os CEUs construídos na cidade também são trunfos que considera ser um ponto positivo de seu mandato. “Não consegui executar os 20 CEUs que eu gostaria de fazer, mas vamos chegar ao final deste governo com 11 entregues, com quatro em construção e com as outras áreas para serem construídos os próximos já definitivamente desapropriadas”, conta Almeida que também aponta as mais de 30 mil moradias que Guarulhos recebeu por meio do programa federal Minha Casa, Minha Vida e 11 mil apartamentos para famílias de baixa renda. “Acho que foi o maior programa habitacional que esta cidade já teve”.

Sobre as Estações de Tratamento de Esgoto, disse que Guarulhos já tem três, mas ainda não estão em efetivo funcionamento, pois falta a colocação de coletores-troncos, que são um processo caro. Almeida informou que os terrenos para receber as próximas três estações já estão desapropriados e pagos. Já sobre o que gostaria de ter feito, respondeu ser o Parque Tecnológico, cuja documentação pronta e ele considera que será um marco para a cidade.

Quanto à má avaliação que recebeu, conforme divulgado nas últimas pesquisas, Almeida disse que o momento é de descontentamento com a classe política no geral e também com a imagem do PT nacional e isso contribuiu para o desgosto por parte da população. Para elucidar, citou Juscelino Kubitschek e a construção de Brasília, que na época foi criticada por muitos.

“Estou preparado para ter menos amigos a partir de janeiro de 2017”

Indagado se não foi um erro ter mantido secretários cuja atuação foi considerada ruim, respondeu que é normal que durante uma candidatura haja alianças para se formar a composição da base de governo e, primeiramente, para ter força na disputa eleitoral. Durante o mandato de Almeida, algumas secretarias foram severamente criticadas por sua ineficiência, a exemplo da Secretaria de Esportes, sob o comando de Wagner Freitas. Para o prefeito, na política, é preciso manter a palavra. “É impossível governar sem fazer maioria. Outro problema também é o número excessivo de partidos políticos”, comentou.

“A máquina pública é muita complexa. Uma coisa é o meu desejo, outra coisa é eu ter de convencer a área que é responsável pela Pasta. Depois ter de encontrar um procurador que me dê um parecer favorável sustentando aquilo que eu quero fazer. O caminho para se fazer qualquer coisa na máquina pública ainda é muito burocrático”, desabafa Almeida, que também teceu críticas à Lei que trata das licitações públicas, na qual é determinado que o participante que oferecer o menor preço ganha os certames. “Onde o menor preço é o melhor serviço?”.

Além disso, citou estar preparado para ter um número menor de amigos a partir de janeiro de 2017. “Na política está cheio de gente que é traíra, está cheio de gente que é amigo de quem está no poder”.

Questionado sobre suas considerações a respeito do pleito deste ano, disse que a eleição foi estranha, sem propostas e marcada por críticas pessoais. Sobre a próxima gestão, desejou um bom governo, mas advertiu que ser candidato é fácil. “O governo é limitado pelas circunstâncias reais do dia a dia e uma série de órgãos públicos que fiscalizam, seja a Câmara, o Tribunal de Contas do Estado e o da União (…) Candidato é uma beleza, candidato pode prometer tudo, tem solução para tudo. É fácil, fácil. Outra coisa é quando você senta na cadeira, você quer fazer alguma coisa e você sente que só o seu desejo não basta para fazer aquilo ali. Porque as pessoas foram mais preparadas na máquina pública para dizer não, do que sim”, explicou. Para Almeida, também que é necessário rever o pacto federativo do Brasil. “Do jeito que está hoje, os municípios não vão sobreviver. Todos vão quebrar no País”.

Além dos temas citados, Almeida respondeu sobre suposto shopping que estaria construindo em Campinas, o que tem sido comentário constante nas redes sociais. Afirmou que depois de tirar um mês de férias após transmitir o cargo, estará procurando emprego: “Se alguém puder me fornecer o endereço do tal shopping, agradeço, pois quem sabe eu consiga um trabalho lá!”. A que atribui surgir uma informação como essa? “A maldade humana não tem limites. Não tenho ideia quem e por que inventaram isso. Divulgaram até que eu estaria morando em Alphaville. Continuo morando em Guarulhos e não estou construindo shopping em lugar nenhum”, asseverou.

Almeida também falou sobre o aterro do condomínio Klabin, piscinão do Vila Galvão e o que espera do próximo governo. A entrevista completa poderá ser conferida na edição da Revista Guarulhos deste mês de novembro, que será publicada também no site Click Guarulhos.

Fonte: Click Guarulhos