Assassinato de Marielle Franco é lembrado durante sessão da Câmara de Guarulhos

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A Sessão Ordinária da Câmara de Guarulhos desta quinta-feira (15) foi marcada pelo debate de alguns temas pontuais durante boa parte dos trabalhos. Um deles foi o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista Anderson Pedro Gomes no dia anterior, na capital fluminense. O fato rendeu homenagens e palavras de indignação dos vereadores petistas. Rômulo Ornelas, Genilda Sueli Bernardes, Zé Luiz e Edmilson Souza subiram à tribuna e falaram da atuação da vereadora na defesa dos menos favorecidos e no combate à violência. “Ela nos honrou como mulher, morreu por proteger a comunidade onde nasceu e viveu”, lembrou Genilda.  “Tivemos este ano 25 lideranças de movimentos sociais assassinadas no Brasil”, lamentou Zé Luiz.

 

 

Para Vasconcelos, líder da oposição, o crime demonstra que o Brasil vive um retrocesso em relação às conquistas democráticas. “Existe um incentivo muito grande em criminalizar a política, o que leva uma parcela da população a acreditar na justiça do que aconteceu, quando, na verdade, ela estava denunciando mortes de pessoas pobres em sua comunidade”, lamentou o petista, que fez uma análise mais ampla da situação. “Isso nos dá ainda mais certeza de que a intervenção militar no Rio de Janeiro foi mal planejada, sem o devido debate, e, infelizmente, várias pessoas têm sido vítimas deste equívoco.”

 

Multas no aeroporto

 

Na Tribuna Livre, o munícipe Evanildo Ferreira da Silva criticou a atuação de fiscais do Aeroporto de Guarulhos. Segundo ele, funcionários de colete estariam anotando placas de veículos vinculados aos aplicativos de transporte e as repassando a agentes de trânsito para multarem os motoristas quando pegam ou deixam passageiros no local. “É uma denúncia grave, vamos chamar o secretário de Transportes e Trânsito para resolver a situação”, disse o vereador Moreira (PTB).

 

João Dárcio (Pode) lembrou que somente agentes de trânsito e policiais têm a competência para aplicar multas, sendo corroborado por Geraldo Celestino (PSDB), que pede apuração da denúncia. Marcelo Seminaldo (PT) comentou que este é mais um problema relacionado à administração da GruAirport . Eduardo Carneiro (PSB), líder do Governo, por sua vez, afirmou que os serviços de transporte por aplicativo são uma realidade sem volta e é preciso que a Prefeitura de Guarulhos se atualize e faça uma regulamentação, como fizeram grandes cidades brasileiras. “Fiz uma representação junto ao Executivo em 2017 sobre isso e até agora não houve resposta; passou da hora de termos regras claras para este serviço”, declarou.

 

Olho nos contratos

 

Dois requerimentos da vereadora Janete Rocha Pietá (PT) solicitando informações da Prefeitura sobre contratos de limpeza e manutenção de ar condicionado do Centro de Especialidades Médicas-Cemeg e de manutenção de ultrassons da Secretaria de Saúde colocaram na pauta de discussão a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina-SPDM. A entidade administra equipamentos como o Hospital Geral de Guarulhos e o próprio Cemeg. Tiago Surfista (PRTB), Zé Luiz e Seminaldo, por exemplo, criticaram a SPDM, organização social que é alvo de reclamações desde que assinou contratos de serviço com a Prefeitura, em 2017. “Ela é forte concorrente para vencer a próxima licitação e continuar na administração das mesmas unidades” alertou Thiago Surfista.

 

Os vereadores da base governista, como Moreira e Carneiro, no entanto, defenderam a entidade e o modelo de administração seguido pela Prefeitura. “As organizações sociais são uma alternativa importante para a Prefeitura cuidar de seus equipamentos de Saúde, vários municípios adotam com sucesso o modelo”, frisou Eduardo Carneiro. “O importante é que se criem mecanismos de fiscalização pelo poder público para cobrar eventuais irregularidades, fazendo cumprir o contrato assinado por ambas”, acrescentou.

 

Durante a Sessão, o suplente Marcos Gomes (PSB), assumiu a vereança, em vaga aberta desde que Rafa Zampronio, seu colega de partido, entrou em licença. Nenhum projeto foi discutido nem votado durante os trabalhos, que se encerraram logo após o término do tempo regimental do Grande Expediente, por falta de quórum.