Subiu de 72% para 78% a taxa de cura da Covid-19 em Guarulhos da semana passada para esta. Os números do Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde nesta quinta-feira (4) mostram que, do total de 3.518 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus na cidade até o momento, mais de 2.700 evoluíram satisfatoriamente. Contudo, 297 pacientes acabaram não resistindo às complicações causadas pela infecção e morreram. Os demais permanecem em tratamento.
Entre as 2.700 pessoas curadas da Covid-19 em Guarulhos está o frentista Odair Feil Pereira, de 39 anos, que teve alta do Hospital Municipal de Urgência (HMU) nesta segunda-feira (1º) depois de ficar cinco dias na UTI intubado e oito internado. Quem contou o drama vivido pela família foi Renata Pain, esposa de Odair, única pessoa com ele está mantendo contato, uma vez que ainda se recupera da doença em isolamento domiciliar.
Renata disse que em meados de maio Odair ficou dois dias em casa com gripe. No terceiro dia (18 de maio) foi buscar atendimento na UPA Paulista, onde os exames constataram pequena lesão no pulmão. Foi medicado e liberado. Porém, no quinto dia, a esposa conta que o frentista piorou muito. “Ele tossia e parecia que tinha um rádio dentro do peito de tanto barulho que fazia. Sentia muito cansaço. Cheguei do trabalho por volta da meia-noite do dia 23 e voltamos para a UPA. Ele foi dirigindo, mas chegando lá já não conseguia mais nem falar”, explica.
Ao dar entrada na UPA no dia 23 de maio ele foi diretamente para o setor de emergência, com saturação muito baixa. Fez exame de raios X e o resultado já foi sugestivo para Covid-19. A esposa de Odair falou que ele ficou internado três dias na UPA, fazendo uso de oxigênio, mas acredita que a medicação causou alguma reação e ele fugiu da unidade, voltando para casa em seguida.
Foi quando o frentista começou a sentir muita falta de ar. “Ele começou a passar muito mal. Então, como eu não sei dirigir, liguei para o Samu, o médico foi muito atencioso e não demorou a chegar, porém a espera parecia uma eternidade, a saturação estava muito baixa”, lembra Renata.
Segundo ela, no dia 26, quando seu marido deu entrada no HMU, entre 60% a 70% do pulmão dele já estava comprometido, de acordo com os médicos. Por isso, tiveram de intubá-lo. “Aquilo para mim foi o fim, me deu uma crise de choro e não consegui perguntar mais nada”, conta. Contudo, no quinto dia de intubação ele já começou a ter o aparelho retirado e a médica informou a Renata que seriam mais uns cinco dias de internação. Mas no dia 1º ele já teve alta e, apesar de ainda estar com um pouco de tosse, passa bem em casa.
“Com a mesma rapidez que adoeceu ele ficou curado. O atendimento no HMU foi maravilhoso, salvaram a vida dele lá. Todos os médicos, enfermeiros e a equipe da psicologia, que dá apoio para as famílias, o que é muito importante, foram maravilhosos. Fizeram tudo o que podiam por ele e graças a Deus meu marido conseguiu se recuperar. Não tenho nem palavras para agradecer”, fala a esposa aliviada.