A equipe que realiza saídas a campo pelo Programa de Monitoramento da Biodiversidade para levantamento e monitoramento da fauna silvestre na área do Parque Estadual do Itaberaba localizada em Guarulhos registrou, pela primeira vez na cidade, a ocorrência do assanhadinho-de-cauda-preta (Myiobius atricaudus), ave cujos registros são raros na região do Continuum Cantareira-Itaberaba. A informação foi divulgada pelo Zoológico de Guarulhos nesta quarta-feira (20).
Apesar de a sua ocorrência na Serra do Mar e também em outras partes do país ser comum, este é o primeiro registro fotográfico de sua presença nas florestas de Guarulhos. Desta forma, a espécie será incluída na próxima edição da lista da fauna do município (decreto 39.561/2022), que conta com mais de 300 espécies de aves, além das demais espécies de mamíferos e répteis, dentre outras encontradas no município.
O passarinho, que mede cerca de 12 centímetros de comprimento e pesa aproximadamente 10 gramas, alimenta-se de insetos e larvas e constrói ninho com musgos e outras fibras vegetais pendurando-os em galhos em meio à vegetação densa, dependendo, por tal motivo, da preservação do ambiente florestal para sua sobrevivência.
Outras espécies
Durante os mais de 68 km trilhas já percorridas pela equipe em 27 campanhas de monitoramento realizadas desde abril, também foram registradas as presenças outras espécies de aves, incluindo o gavião-pega-macaco (Spizaetus titannus), ameaçado de extinção.
Primatas também foram registrados na unidade de conservação, sendo três grupos formados por três indivíduos cada do sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), que também figura entre os animais ameaçados de extinção, além de sauás (Callicebus nigrifons). Outros mamíferos visualizados nas expedições foram a lontra (Lontra longicaudis) e a irara (Eira barbara), além de vestígios da presença da suçuarana ou onça-parda (Puma concolor).
O estudo é fundamental para estabelecer medidas a serem tomadas para a conservação das espécies da fauna e da flora da região, bem como para sensibilizar a sociedade de modo que todos colaborem com a preservação das riquezas naturais de Guarulhos. Conforme o cronograma proposto pelo Parque Estadual do Itaberaba e pela Fundação Florestal, o estudo em Guarulhos deve ocorrer até dezembro, com possibilidade de extensão do prazo para que seja possível monitorar também outros grupos de mamíferos, aves e borboletas.