EMTU acionará Justiça contra interdição feita pela prefeitura

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A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) deve acionar a Justiça contra a interdição do Corredor Metropolitano Guarulhos-São Paulo realizada pela prefeitura. A informação foi confirmada ontem pelo presidente da empresa, Joaquim Lopes, durante vistoria realizada na obra. “Viemos fotografar e o nosso jurídico vai entrar com uma peça para levantar essa interdição no Judiciário”, destacou.

O corredor deveria ter iniciado as operações no sábado, no entanto a administração municipal impediu o funcionamento. “Nós não fomos informados previamente sobre a interdição. Hoje {ontem} ainda temos quatro estações interditadas com cavaletes, cones e fitas de tal sorte que os ônibus não podem circular na faixa exclusiva”, explicou.

 

Devido a interdição, funcionários da EMTU e da Secretaria de Transportes e Trânsito (STT) se desentenderam, sendo encaminhados por policiais militares ao 1° Distrito Policial, onde um boletim de ocorrência foi registrado.

 

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Dentre os problemas apontados pela STT estão a falta de acessibilidade, falta de sinalização e iluminação. “Há sinalização horizontal em mais de 15 mil metros. Já a sinalização vertical de orientação e advertência em mais de 170 metros quadrados de placas implantadas. Quanto a energização só sabemos que a prefeitura está com problemas com a concessionária de energia e por isso não havia ligação. No entanto, nós já providenciamos isso”, afirmou.

 

Resposta

 

O trecho Cecap-Vila Galvão foi inaugurado no último dia 31 pelo governador Geraldo Alckmin. No entanto, a STT não considera que a obra esteja concluída. Em nota a pasta afirmou que o Corredor Metropolitano não está embargado, ele não obteve autorização de funcionamento por parte do município. As obras não estão finalizadas e podem comprometer a segurança dos usuários do transporte coletivo.

Segundo a pasta, existem pendências de semaforização e sinalização, como abrigos e iluminação, e, posteriormente, informar aos usuários sobre as mudanças, o que ainda não ocorreu. Além disso, há ainda ônibus na frota EMTU que não possuem porta do lado esquerdo, que coloca em risco os usuários, que teriam que descer na via. Utilizar o corredor sem estar totalmente concluído pode ocasionar acidentes, por isso, a prefeitura está com agentes de trânsito no local para assegurar que os ônibus utilizem ainda a faixa da direita.

 

‘Não há o que se discutir com relação à segurança’

 

O presidente da EMTU, Joaquim Lopes, disse ao HOJE que “não há o que se discutir com relação à segurança” do corredor metropolitano de Guarulhos. Segundo ele, ao longo do trajeto, são três faixas de rolamento por sentido, sendo uma de 3,5 metros, para ônibus, e duas de 2,75 metros, cada uma para carros. Além do mais, continuou, foram revitalizados 330 semáforos ao longo dos cruzamentos. “Todas as diretrizes foram observadas e implantadas”, afirmou.

“A gente não consegue enxergar os problemas de segurança alegados pela prefeitura. Elaboramos o boletim de ocorrência para caracterizar o absurdo da postura da administração municipal. Quando ela fala em semáforos desligados, a responsabilidade é dela”, reclamou. Lopes disse que vai analisar a situação do convênio da prefeitura com a Polícia Militar, pois pretende entregar a fiscalizar do trânsito ao longo do corredor à PM.

Em nota, a EMTU disse que “A prefeitura do município de Guarulhos também não fez a ligação da energia elétrica das paradas e nem a ligação e sincronização dos semáforos de travessia de pedestres, instalados junto às paradas. A EMTU/SP instalou postes de luz, com relógios, e vai pagar pela energia usada nos pontos de ônibus instalados no corredor, uma iniciativa inédita, já que é uma obrigação do município, só para que os passageiros da região não fiquem esperando os ônibus no escuro”.

 

Fonte: Guarulhos Hoje