Um terreno de responsabilidade da Prefeitura de Guarulhos, localizado na Rua da Mina, no Ponte Alta (Região São João) é um dos grandes responsáveis pelo surto de dengue no bairro. A região, inclusive, é a que concentra maior número de casos confirmados da doença em Guarulhos.
Segundo relatório da Vigilância Epidemiológica da última quinta-feira, 23, na Região III (São João/Bonsucesso) foram registrados 2.129 em 2015.
Em todas as casas da Rua da Mina há pelos menos duas pessoas que foram picadas pelo mosquito Aedes Aegypti. Na residência da dona de casa Geisi Santana, além dela, os quatro filhos também pegaram dengue. Um deles está internado no Hospital Maria Dirce.
A estudante Mariana Rocha de Souza, 13, pegou dengue hemorrágica. Ela foi contagiada duas vezes. Uma no mês passado e outra há 14 dias. Ela ainda não recebeu alta e não está frequentando a escola. “Fiquei cheia de hematomas, manchas e dores nas pernas. Foram dias horríveis”, disse a jovem.
A população culpa o terreno da Prefeitura pelos casos e reclama que nunca houve vistoria dos agentes de combate à dengue da Secretaria de Saúde. A reportagem constatou que no local há pneus e latas cheias de água.
A Pasta afirmou que o local é utilizado como ponto de descarte irregular de entulho, mas negou a informação da não vistoria dos agentes. “Ao contrário do mencionado, [o local] é constantemente monitorado pelos agentes de serviços de saúde da Região III, que verifica se há ou não ameaça de surgimento de focos de dengue”, diz a nota.
Área tem projeto para virar praça
O terreno que tem sido alvo de reclamação dos moradores do Ponte Alta tem um projeto da Prefeitura para que seja transformado numa área de lazer.
A população protocolou um abaixo-assinado pedindo a limpeza do local e reivindicando as promessas feitas pelo governo. “Há 12 anos corremos atrás disso. Prometeram que seria uma praça, com área de lazer, mas esse projeto não sai do papel”, reclamou a dona de casa Valdeluzia Rocha de Lima.
A dona de casa Silvia Cristina Quaresma disse que os moradores da região já procuraram a Secretaria do Meio ambiente, Educação e Proguaru para que fosse tomada alguma providência no local, mas nunca foram atendidos.
“Enquanto isso, esse terreno só contribui para que a dengue se prolifere no local e deixe mais pessoas doentes”, lamentou.
A Prefeitura não respondeu sobre o projeto no local.
Fonte: Folha Metropolitana