Guarulhos ganha casas terapêuticas para o tratamento de dependentes químicos

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Aconteceu nesta sexta-feira (24), na Vila Rosália, a inauguração do programa Casas Terapêuticas de Guarulhos, uma parceria do governo do Estado de São Paulo com a Prefeitura que trabalhará para diminuir o problema de drogadição na cidade. O objetivo do novo equipamento é auxiliar homens em situação de dependência química e seus grupos de convívio a abandonarem o uso de substâncias e retornarem à sociedade de uma forma saudável e com acompanhamento.

 

Foto: Fabio Nunes Teixeira/PMG

 

Além de terapia social semanalmente, os atendidos assinarão um termo se comprometendo a realizar o exame toxicológico sempre que solicitado. O serviço possui quatro etapas de tratamento que, ao todo, terão duração de dois anos.

 

A primeira etapa é a Casa Acolher, com dez vagas, onde o atendido permanecerá de 30 a 60 dias e que tem como objetivo o foco na adaptação e a conscientização. A equipe técnica atuará de forma individualizada tendo como foco principal a saúde nesse primeiro momento.

 

O segundo passo é a Casa Despertar, com 20 vagas. Nesse momento tem início o processo da construção do projeto de vida do participante, que envolverá as secretarias municipais de Educação, Cultura e Esporte e Lazer como forma de envolver os atendidos em outras atividades e responsabilidades. O período de permanência nessa residência será de 60 a 90 dias.

 

A Casa Transformar, com 16 vagas, é o terceiro movimento. Nesse local o atendido terá como foco a sua autonomia. Nessa etapa, a Secretaria do Trabalho de Guarulhos terá o papel principal para a inserção ou a recolocação do atendido no mercado de trabalho por meio de cursos de qualificação e busca por vagas de emprego. Nessa residência a permanência será de até 180 dias.

 

Na quarta etapa, denominada Caminhar, os atendidos estarão em fase de acompanhamento pela equipe para o processo de desligamento da casa. O período desse acompanhamento também será de 180 dias e, nessa fase, a Secretaria de Habitação já deverá fornecer ao atendido um espaço para moradia, pois esse é o momento primordial para sua autonomia e desligamento da residência.

 

Repercussões

 

“Essa casa terapêutica vem justamente para que a gente possa fazer esse atendimento da melhor forma possível e tirar esse projeto do papel é uma felicidade sem tamanho. É um dos pilares para a retaguarda no atendimento da população em situação de rua e nós precisávamos disso na cidade”, afirmou o prefeito Guti, que participou da cerimônia ao lado do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Gilberto Nascimento Junior, e do secretário municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, Fábio Cavalcante. O chefe do Executivo enfatizou que a participação da municipalidade se dará por meio de ações em educação, saúde, cultura, trabalho, habitação e assistência social.

 

Para Nascimento, o projeto pode ser resumido em uma palavra: renovação. “Tudo aqui foi pensado para os homens que já estão em situação de rua e em drogadição há algum tempo. Nos relatos eles dizem que faz muito tempo que não moram em uma casa, não dormem em uma cama, que não têm a chave de um portão e ninguém confia neles mais. Trazer a renovação de esperança na vida dessas pessoas é o fundamental”, disse.

 

O secretário Fábio Cavalcante explicou que os atendidos no espaço serão encaminhados por meio dos acolhimentos municipais para pessoas em situação de rua e também pelo Centros de Atenção Psicossocial (Caps). “São os nossos equipamentos que têm contato diariamente com esse público e vamos trabalhar na sensibilização da questão para que eles entendam que existe sim uma saída, outra vida”, afirmou.

 

Para Anderson Salu, psicólogo técnico e gerente de casa, o modelo trabalho atualmente em diversos programas tende a afastar o público que mais precisa de ajuda. “Entendemos que, além do conhecimento técnico, trabalhar com o coração, amor e carinho é fundamental para que tenhamos sucesso”, contou.