A Secretaria de Estado da Saúde iniciou ontem a primeira etapa da campanha de vacinação para proteger meninas entre 9 e 11 anos de idade contra o papilomavírus humano (HPV), vírus que pode causar câncer de colo do útero. A meta é imunizar 58,3 mil crianças de Guarulhos e do Alto Tietê. No ano passado, somente em Guarulhos foram vacinadas 27.704 meninas no período.
A novidade para este ano é a inclusão de mulheres de 9 a 26 anos que vivem com HIV. Mais suscetível a complicações decorrentes do HPV, esse público tem probabilidade cinco vezes maior de desenvolver câncer no colo do útero do que a população em geral. A vacina também será oferecida até o final do mês para a população indígena feminina com idades entre 9 e 13 anos.
“O papilomavírus humano é um vírus capaz de causar lesões de pele e mucosas e, quando não tratado corretamente pode evoluir para casos de câncer de útero. Já a eficácia da vacina a ser aplicada é superior a 95%. Ao alcançar uma elevada cobertura vacinal entre a população-alvo, observaremos, consequentemente, uma maior proteção contra a incidência do câncer de colo de útero”, afirma a médica Helena Sato, diretora de imunização da pasta.
Para as meninas e para o público feminino indígena o esquema vacinal compreende mais duas doses aplicadas num intervalo de seis meses (segunda) e de 60 meses (terceira) com relação à primeira tomada. Já as garotas e mulheres portadoras do vírus HIV devem tomar mais duas doses num intervalo de 2 meses e de 6 meses com relação à primeira aplicação.
Polêmica em 2014
Desde março do ano passado, o Brasil oferece a imunização gratuitamente em postos de saúde e escolas para meninas de 11 a 13 anos. No entanto, durante a campanha de 2014 algumas garotas passaram mal, alegando reação alérgica à vacina, e houve polêmica acerca da vacinação. Parte delas chegou a ser internada e muitas desistiram de tomar a vacina. Elas apresentaram sintomas como dores no corpo, dores de cabeça e também reação no local onde foram vacinadas. Outras meninas relataram ainda formigamento nas mãos e perda de sensibilidade nas pernas. Na época, o Ministério da Saúde afirmou que a vacina era segura e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Fonte: Guarulhos Hoje