Trotes ao Samu

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Um trote a cada 20 minutos. Este é resultado de um levantamento feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a pedido da Folha Metropolitana. Foram aferidas 25.960 ligações sem necessidade de 215.174 chamadas de emergência. Em tese, é como se de cada dez ligações uma fosse trote.

 

O número apresenta uma leve queda se comparado ao ano passado, quando foram realizados 202.522 chamados e os trotes chegaram a 28.081, praticamente 14% das ligações feitas ao 192.

 

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Rapidez – Samu é responsável por prestar os primeiros socorros (Foto: Lucas Dantas / Arquivo FM)

 

De acordo com a coordenadora da instituição em Guarulhos, Enza Maria Lucio Yamamoto, a maioria dos trotes acontece na madrugada. Em alguns casos ainda é possível identificar o autor, já que o identificador de chamadas permite rastrear o número.

 

Além dos adultos, crianças também causam esse transtorno aos profissionais. “Muitas vezes a gente liga para o pai e ele não está nem aí”, disse Enza.

 

Ela ressaltou que há algum tempo, junto ao Conselho Municipal de Saúde, eram realizadas algumas visitas em escolas para conscientizar os alunos sobre a importância do atendimento de emergência e o prejuízo de uma falsa chamada.

 

“Os maiores prejudicados com certeza são as vítimas. Porque em questão de minutos, algumas vezes, podemos perder uma vida. Acontece de você ligar para confirmar a emergência e as pessoas continuarem mentindo”, concluiu a coordenadora.

 

Advogado criminalista, Aryldo de Oliveira de Paula disse que em sua concepção, caso alguém morra porque o atendimento demorou a chegar e ao mesmo tempo se aplica um trote, o “brincalhão” pode ser acusado de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

 

No caso de uma falsa comunicação de crime o indivíduo também pode ser punido judicialmente e até preso.

 

“A legislação já pode ser aplicada. O que não ocorre é a comunicação entre os órgãos, o que deveria acontecer”, explicou o advogado.

 

Fonte: Folha Metropolitana